sábado, 22 de novembro de 2014

Shangri-lá: paraíso de escalada e cachoeiras em São Thomé

A chuva resolveu dar uma trégua esse final de semana, então resolvemos ir com a família toda (leia-se Mimosa e Filó) para São Thomé das Letras escalar e pegar uma cachoeira. A Flavinha estava ainda bem cansada e estressada do final de semestre e estávamos merecendo alguns dias longe de tudo. Resolvemos ir conhecer as escaladas de Shangrilá, em São Thomé das Letras.





Saímos de Alfenas na sexta depois do trabalho e fomos direto para São Thomé. Chegamos lá por volta das 10 da noite e fomos direto dormir. Com o cansaço acumulado da semana, acordamos por volta das 9 da manhã, tomamos um café e ficamos curtindo preguiça até quase 11 (hehe). Arrumamos alguns sanduíches, e pegamos a estrada para Shangrilá, que fica a 20 e poucos km do centro de São Thomé. Depois de errar a entrada da fazenda São Sebastião algumas vezes, achamos a porteira certa, e por volta do meio dia e meia paramos o carro na entrada da trilha da cachoeira.

Shangrilá é um local muito conhecido pelas cachoeiras/corredeiras e, por ser um pouco mais longe, é menos visitado que as tradicionais Véu da Noiva e Eubiose. No começo do ano havíamos estado ali uma vez para conhecer, mas não tinhamos conseguido tempo para escalar. Dessa vez, o objetivo era fazer algumas vias e depois tomar um belo banho de cachoeira.

Chegamos no local e já fomos direto para o setor de escalada, fazer o reconhecimento das vias. Da outra vez que fomos lá, demos uma volta pelas vias mas, como estávamos com o croqui desatualizado, não conseguimos identificar muita coisa. As paredes são lindas, com muitas possibilidades.


visual do setor principal





Decidimos começar em uma via de 6o (até a primeira parada dupla) / 7a (tocando o resto da via). Fiz guiando e a Flávia fez de top. Muito boa a via, com um crux bem interessante no final. Depois ainda entrei em um 6sup muito legal, bem negativo de agarras grandes (e todas muito coladas com sika), e na primeira parte de um 9b (que até a 5 costura era uma quase aderência muito delicada com pouquíssimas agarras.

Pra finalizar o dia, eu queria entrar em uma via que passamos em uma parede na chegada do setor de escalada. Era uma aresta, levemente negativa, e muito convidativa. Não constava no croqui mas, pela "cara" da via, imaginei algo em torno de 6sup/7a.

linda aresta

Entrei guiando, passeando nas enormes agarras até a 3a costura. Após costurar a 3a, usando uma agarra gigante, fiz um movimento um pouco mais dinâmico para alcançar a próxima agarra e de repente... VAP!!! a agarra gigante quebrou na minha mão e voei pra trás. Na queda bati o tornozelo na pedra, que começou a sangrar. Passado o susto, examinei o tornozelo e, como não estava sentindo maiores incomodos (apesar do pequeno sangramento), decidi continuar. Via lindíssima! Umas das mais bonitas que já escalei em São Tomé! Movimentação muito boa, com um crux em um batente meio abaolado, seguido de lances de agarras boas. No final da via, após um segundo crux, não notei uma chapeleta que estava ao meu lado, e passei direto. Quando olhei pra cima para a última proteção da via, bem longe de mim, e a última costurada bem abaixo de mim, a coisa ficou meio tensa. Havia uma fenda horizonal de uns 40cm de altura e uns 2 metros de profundidade e, no desespero com os braços já tijolados, resolvi me espremer dentro dela para poder descansar e decidir o que fazer. Foi então que ouvi a Flávia me dizer que tinha pulado a chapeleta, que estava na altura do meu pé. Com muita calma, me virei todo dentro da fenda e consegui costurar a chapa (ainda tive que tirar o capacete nessa hora, para não ficar entalado na fenda... hehe). UFA! Com a chapa costurada virei homem de novo, e segui na via até o final.

Com o corpo bem cansado e satisfeito de muita escalada, era hora de um merecido banho de cachoeira.




Agora com o corpo frio, o tornozelo começou a me incomodar muito, e a volta andando pro carro foi meio custosa. Mas o sentimento depois de um dia de escalada e cachoeira, e a pizza na pedra no centro de São Tomé sempre valem qualquer esforço.

Mais um final de semana muito agradável nesse lugar sensacional que é São Tomé das Letras!

3 comentários:

  1. So falto uma dica... onde achar o croqui!

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  2. So falto uma dica... onde achar o croqui!

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    1. Tenorio, não conheço São Thomé mas pretendo ir logo. Pesquisei então que tem o Croqui numa loja/ agência chamada Primitivus, no centro da cidade.

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