Pedra Preta Cambuquira - Um dos mais promissores picos de escalada esportiva do Sul de Minas

Final de semana chegou novamente (graças a deus) e com o cancelamento de um curso de escalada que eu ia dar sobrou um tempo pra conhecer lugares novos. Sábado ficamos por conta de fazer faxina em casa, mas domingo ia ser da escalada. Entrei em contato com o Deusdet, de Varginha, e combinamos de ir pra Pedra Preta em Cambuquira. Finalmente eu ia lá conhecer o lugar.

Saí sozinho domingo cedinho de Alfenas (Flavinha ficou pra estudar nessa vida desumana de faculdade), passei em Varginha e fomos no carro do Deusdet para Cambuquira. O pico foi denominado de Pedra Preta (https://www.facebook.com/groups/RefugioPedraPreta/?fref=ts) e um pessoal nota dez de Três Corações e Varginha que fazem as honras da casa. Eles ganharam muita moral com o dono da fazenda quando resgataram dois bezerros caídos em buracos, e a partir disso ganharam a confiança total do proprietário, a ponto dele disponibilizar uma casinha abandonada para servir de abrigo.

Pico muito bem cuidado, e com pedra que não acaba mais! O local já conta com aproximadamente 40 vias, mas o potencial é para no mínimo o triplo disso.

Fomos os primeiros a chegar no abrigo, deixamos o carro e fomos pra pedra. Entramos primeira em uma via de duas enfiadas, considerada uma das mais fáceis do lugar, chamada Vaca Lambida. Começa num 3o/4o grau fixo fácil, e depois da parada entra-se numa canaleta um pouco mais complicada, toda em móvel. O Deusdet guiou a primeira e eu entrei na canaleta em móvel. Muita sujeira e lama! Fui me entalando na canaleta e depois de muitos arranhões cheguei no final da via. Muito interessante para praticar esse tipo de escalada.

Depois ainda entramos em uma via do lado chamada Sono de Cobra. 35m de rocha sólida e escalada bem delicada, que graduaram em 5sup, mas entrando à vista achei um crux de 6o. Boa via para testar os pés e a sapatilha apertada (hehe).

equipando para entrar na vaca lambida

linha da via Linha Vermelha

desmontando a Sono de Cobra

Com o sol castigando um bocado resolvemos ir para um outro setor com um pouco de sombra e vias mais curtas, chamado Pretinha. Um campo escola de uns 8 ou 9 metros de altura com vias de todas as graduações, de 4o a 7b. Entrei à vista na Fritadeira, um 7a que faz juz ao nome. Arrebentei as pontas dos dedos nos regletinhos e cristais tentando aproveitar os betas do Deusdet. Depois tentei dar um pega em um 7b que fica logo à direita, chamado "Deumilivre" (já dá pra sentir a via pelo nome). O crux fica na primeira chapa: uma sequência de agarras laterais com um reglete bem alto na esquerda que é usado para dar um tapa em um abaolado na direita. Entrei umas duas vezes e não consegui me encaixar. Avaliei melhor, achei uns pés diferentes e fui pra mais uma tentativa. Consegui subir um pé esquerdo bem alto, travar na agarra da mão direita e me esticar todo para alcançar o reglete, Mordi com vontade, subi o pé direito e dei o tapa no abaolado. Quando achei que tinha dominado o lance, fui ajeitar a mão no abaolado e CRACKKK!!! O bendito do reglete da mão esquerda quebrou na minha mão. Sobrou um reglete em faca, numa posição ruim que nem tive coragem de tentar.

Depois ainda entramos na São Pedro sua Kenga, um 6o grau muito legal à esquerda pra acabar de acabar com qualquer pele que eu tinha sobrando na ponta dos dedos.

vista das vias Fritadeira e Deumilivre na Pedrinha

Babu na São Pedro sua Kenga

Dedos acabados pedi ao Deusdet para darmos uma volta pelos outros setores. Queria conhecer o restante das pedras do lugar. E é algo impressionante! Muita pedra, de excelente qualidade! Em pouco tempo se tornará um dos principais picos do Sul de Minas, com certeza. Parabéns ao pessoal de Três Corações e Varginha que têm feito um excelente trabalho, com vias lindas e um lugar muito bem cuidado.

setor selvagem, praticamente sem vias

pedra da verruga

Voltaremos com frequência...