domingo, 30 de junho de 2013

Frangos na Australia - Parte 5 = Sydney

Saindo de Thredbo a idéia era passar pelo menos um dia em Nowra, conhecido como um dos melhores picos de escalada esportiva da Austrália. Chegamos em Nowra ainda de manhã e fomos seguidos por um dilúvio que não tinha fim. Ainda andamos de carro por uns dois ou três setores na esperança de encontrar alguma coisa, seca mas sem sucesso. O jeito foi seguir para Sydney. Mas nem dá pra reclamar, afinal foram os primeiros dias em que a chuva realmente nos atrapalhou e já estávamos viajando a mais de 10 dias.

Dormimos em um caravan park no meio do caminho e dia seguinte bem cedo fomos pra Sydney. A idéia seria passar um dia e conhecer os principais pontos turísticos da cidade e, dali, já tocar pra Blue Mountains onde ficaríamos por mais 4 dias na última parte da viagem.

Após dois dias de muita chuva, enfim o tempo deu uma trégua... mas de leve. Chegamos em Sydney e fomos direto para a baía principal, onde fica a Opera House e saem os ferry boats para diversos lugares da cidade.

Entre um ameaço de chuvisco e outro, paramos o carro em um estacionamento. Passamos nas docas onde saem os ferrys e verificamos os horários. Seguindo dicas de viagem (amigos, internet e guia de bolso) queríamos fazer um passeio de ferry pela baía de onde poderíamos ver a Opera House de um ângulo diferente e também outras partes da cidade. Decidimos então ir almoçar no bairro de Manly que ficava a uns 25 minutos de barco.

Como o horário do ferry boat para Manly era dali a uma hora, ficamos ali perto apreciando a Opera House e tirando fotos da baía. O lugar estava abarrotado de turistas. Mas vale a pena! A construção é realmente impressionante!


harbour bridge




Quando deu a hora, pegamos o ferry para Manly, e apreciamos um agradável passeio pela baía. O visual do Opera House de vários ângulos com o centro comercial ao fundo é incrível! Almoçamos em um restaurante de frutos do mar e já pegamos o ferry de volta.


tentando um melhor ângulo para a foto, dentro do ferry boat

vista do barco


paria de Manly

Para acabar de acabar com o dia, resolvemos ir no Aquário de Sydney, tido como um dos melhores da Austrália. Ficamos lá por quase 1 hora e meia e a Flávia tirou milhares de fotos. Vale o passeio!

andando no centro de Sydney


tunéis de vidro no aquário dos tubarões

Depois de tanto andar no centro, e no aquário, estava na hora de seguir viagem. Queríamos pegar a estrada no final do dia mesmo, mas a noite chegou e a chuva voltou, e ficamos meio apreensivos. A Pat então lembrou de uma amiga brasileira que mora no subúrbio de Sydney, e acabamos indo dormir na casa dela. E como não pode faltar em reunião de brasileiros, ainda comemos um belo churrasco australiano com cerveja, gentilmente servido pelo marido dela.

É isso! Agora vamos para a última etapa da viagem, e também uma das mais esperadas. Blue Mountains! Mais 4 dias de muita escalada...

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Frangos na Australia - Parte 4 = Thredbo

Continuando a viagem, a idéia agora era cruzar o estado de Victoria, e New South Wales em direção a Sydney. No caminho, Jorge tinha pesquisado e descoberto que o pico mais alto da Austrália continental fica exatamente na divisa dos dois estados, no Kosciusko National Park, na região chamada de Snowy Mountains. Decidimos então aproveitar o inverno e tentar uma caminhadinha na neve.

O Mount Kosciusko é o ponto mais alto da Austrália continental, com 2228 metros (existe uma montanha mais alta em uma ilha ao extremo sul). Durante o verão é possível atinigir o seu cume com uma caminhada relativamente simples. No inverno, a dificuldade aumenta por causa da neve que toma conta de todo o local.

Saímos então de Melbourne, em direção à Thredbo, uma cidadezinha muito turística que vive da estação de esqui localizada no sopé do Kosciusko. O caminho até lá foi longo, e o final da viagem trouxe bastante tensão. Nesse período de inverno, as estradas costumam ficar cheias de gelo, o que traz um perigo extra para as muitas curvas até lá. Quando estávamos chegando em Khancoban, última cidade antes de adentrar na região montanhosa das Snowy Mountains, havia vários locais alugando correntes para pneus. Achamos aquilo engraçado, mas (não me lembro muito bem porque) decidimos tocar sem as correntes mesmo.

A estrada começou tranquila, com muitas curvas e um visual muito bonito. Mas, à medida que íamos subindo, a paisagem e a vegetação iam mudando, até que em um determinado ponto começamos a ver neve na beira da estrada. Desse ponto até a cidade de Thredbo foram alguns bons 30 minutos de tensão. Havia alguns locais com algum gelo na pista, e o Jorge teve que usar toda a sua destreza pra manter a caravan bem equilibrada.



Chegamos em Thredbo no final da tarde e fomos logo procurar um lugar pra dormir. Não há caravan parks lá, e os estacionamentos possuem placas avisando que é proibido pernoitar com caravans. Então, achamos um hostel da Youth Hostelling International, e lá nos acomodamos nas últimas camas vagas. O lugar estava abarrotado de famílias com milhares de crianças em final de férias, o que deu um toque "especial" ao nosso jantar.

vista do vilarejo da entrada da estrada


Dia seguinte, acordamos bem cedinho e a idéia era ir direto para a estação de esqui. Passamos no carro para deixar algumas coisas e pegar as mochilas e ficamos impressionados com o resultado do frio da noite. Tudo congelado! Inclusive um restinho de água que estava na torneira da pia!

para-brisa 



O jeito mais fácil de chegar no cume do Kosciusko é pegando o lift da estação de esqui, e seguindo por uma trilha até o cume. Chegamos na bilheteria e informamos que queríamos subir para ir ao cume do Kosciusko e, de cara, levamos uma reação não muito amistosa da atendente, dizendo que "a estação não se responsabilizaria por nenhum acidente a partir do lift". Disse que tudo bem, e que mesmo assim gostaríamos de ir. Não souberam também nos informar qual a quantidade de neve que havia lá em cima, então ficamos na dúvida se alugaríamos os snow shoes ou não. Final das contas, decidimos subir só com as botas de trekking mesmo e ver o que ia dar.

Chegamos lá em cima, e começamos a caminhada seguindo algumas sinalizações e algumas passarelas enterradas na neve. A neve estava bem compacta, e o terreno quase plano permitiu que continuássemos indo em frente.

esquema dos lifts e vias de descida de esqui


subindo no lift



topo do lift


placa indicativa da trilha para o cume no final do lift

e haja equilíbrio na neve dura


marcações na trilha


mirante principal: o Kosciusko é o cocoruco lá no fundo



dava pra ver as marcas dos trilhos de madeira que marcam o caminho

Depois de quase 1 hora e meia de caminhada na neve, chegamos em uma última baixada que daria acesso à ùltima subida para o cume. Nesse ponto a inclinação estava maior e a neve estava muito duro, e achamos que seria muito perigoso continuar sem snow shoes ou crampons. Eu e o Jorge ainda tentamos ir um pouco mais (afinal estávamos muito perto do cume), mas desisti nos primeiros 10 passos.

última descida com neve muito dura e escorregadia

o cume é logo ali em cima


caminho de volta





Pegamos a trilha de volta, e em pouco mais de uma hora estávamos no lift. Ainda paramos no bar do lift para tomar uma cerveja Kosciusko e comemorar a nossa primeira caminhada na neve na Austrália.




Descemos o lift e voltamos para a caravan. Estava na hora de pegar a estrada de novo e continuar o caminho para Sydney!

Apesar de não termos chegado no cume, a caminhada foi lindíssima! Muita neve, muito branco e um visual muito bonito! Valeu mais uma experiência diferente, e ficou a lição de que na neve não dá pra ficar sem uns espinhos de metal grudados no pé... hehe...


 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Frangos na Australia - Parte 3 = Great Ocean Road

Saindo de Grampians, a nossa idéia era agora retornar a Melbourne e depois seguir para Sydney. Como precisaríamos retornar pela mesma estrada que fomos para Arapiles, decidimos fazer uma voltinha e passar pela Great Ocean Road, uma estrada que percorre a costa sul do estado de Victoria, e tem alguns dos mais conhecidos cartões postais da Austrália.

Então, ao invés de pegar os 250km direto para Melbourne, pegamos a jornada épica de 630km em quase 3 dias por estradas sinuosas. Suuuper legal.


paradinha para despedir de grampians

grampians ao fundo

O passeio mais tradicional da Great Ocean Road começa em Warrnambool, 100km à frente de Portland, mas como já estávamos no inferno mesmo, melhor abraçar o capeta. Vamo conhecer a p.... toda de uma vez.

Após longos 180km, chegamos em Cape Bridgewater, uma península muito bonita com visual lindíssimo e formações rochosas muito curiosas, chamada de Petrified Forest (Floresta Petrificada). Foi o nosso primeiro contato com o litoral dessa parte da Austrália, e foi um belo cartão de boas-vindas. Começamos bem.

parque eólico na chegada da cape brigdewater









Saindo daqui, ainda tinhamos algumas horas de sol, e decidimos passar em outro ponto turístico da região, o farol do Cape Nelson State Park.


Continuando a viagem, mais alguns 70km e fomos parar para dormir em Port Fairy. Achamos um Caravan Park e ainda saímos à noite para tomar uma cervejinha e comer alguma coisa (afinal ninguém é de ferro depois de tantas horas viajando).

O 2o dia de Great Ocean Road foi o mais movimentado. Agenda do dia:
- Whale Watching em Warrnambool
- Bay of Islands
- Twelve Apostles (Doze Apóstolos, o ponto turístico mais famoso de todo o caminho)

Antes disso, ainda de manhã cedo, demos um passeio por Port Fairy, na Griffiths Island e dá-lhe foto de farol.

simpática e colorida Port Fairy

griffiths island


Seguindo para Warrnambool, fomos para a Logans Beach, famoso pelo lookout construído para avistar baleias. Segundo o guia, esse é o ponto da estrada mais propício ao avistamento de baleias (Whale Watching). Então paramos lá e gastamos algum tempo no lookout. E qual não foi a nossa magnífica surpresa ao avistarmos alguma(s) baleias se exibindo pra nós. Fiamos ali alguns bons 30 minutos apreciando.

moçada tentando ver as baleias na plataforma


apelou perdeu



Extasiados de tanto vermos baleia, seguimos caminho para Port Campbell para os tão famosos penhascos e torres de calcário à beira mar. Agora sim, passaríamos pela Bay of Islands e pelos Doze Apóstolos.

No caminho, a todo momento apareciam placas indicativas de mirantes. Depois de umas 3, cansamos e resolvemos ir direto aos pontos turísticos mais famosos.

O primeiro foi Bay of Islands. Uma baía recheada de penhascos e torres que se erguiam diretamente do mar. Visual impressionante.




Seguindo caminho, já no Port Campbell National Park, o próximo ponto mais famoso é a London Bridge que acabou virando London Arch depois de um desmoronamento ocorrido em 1990 que acabou com a ligação do arco e o continente.



Já perigando com o horário, continuamos viagem para o ponto alto do caminho. Finalmente os Doze Apóstolos. Chegando no receptivo turístico, tivemos já uma noção do quão famoso é o local. Um prédio enorme com trilhas pavimentadas e informações para todos os lados. É o único ponto da Great Ocean Road com toda essa estrutura.


Pagamos a entrada, e seguimos pelas trilhas até a costa. E o visual da chegada é de tirar o fôlego!


lugar muito procurado por casais para fotos de casamento

Os Doze Apóstolos na verdade são somente 7 atualmente. Alguns caíram com o tempo, outros surgiram. Como as formações são de calcário, está constantemente sofrendo erosão.





Depois de enjoar de tanto tirar foto de todos os ângulos possíveis, resolvemos pegar os degraus de pedra que levam para a praia e ver as torres de calcário por um outro ângulo. Os Gibson Steps foram talhados na pedra há muito tempo atrás, e hoje intercalam trechos de pedra com novas construções.

Lá de baixo, o visual é tão bonito quanto de cima. O formato das torres, os paredões das encostas, o reflexo laranja do sol, tudo contribuiu para um clima surreal.










Completamente bestificados com o cenário, seguimos viagem já ao anoitecer até Apollo Bay, que seria a nossa última parada da Great Ocean Road.

Essa parte merece um parêntesis: lá ficamos novamente em um caravan park, mas este foi um dos piores. Dentro do banheiro ventava horrores, e teve gente que se recusou a tomar banho tamanha a friaca (né Pat?).

Dia seguinte, acordamos cedo e continuamos na labuta. Ainda teríamos pela frente 180km de estradas sinuosas até Melbourne. A Great Ocean Road era um dos destinos mais esperados da viagem, e a beleza natural do lugar realmente valeu todo o esforço que fizemos de desviar o caminho.

sempre bom relembrar que anda-se na pista da esquerda... hehe