segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quase cavernistas em Luminárias

Nesse fim de semana, a Flavinha ficou em Lavras, então eu fui pra lá na sexta-feira à noite ficar com ela. Tinhamos combinado de ir conhecer Luminárias e escalar na pedreira de Lavras. Previsão de tempo boa, o fim de semana tinha tudo para ser ótimo... e foi!

Fim de semana começou bem... cheguei em Lavras na sexta a noite, e a casa da Flávia estava sem luz! 3 meses de férias, algumas contas de luz atrasadas... mas o clima tava bem quente, e não foi nada ruim tomar banho frio às 10 da noite... sem falar que a head lamp que sempre vai na mochila da escalada salvou a vida...

Sábado acordamos cedo e fomos pra Luminárias. Consegui algumas informações na internet, que diziam que o Complexo Serra Grande é um lugar bonito, com algumas cachoeiras e grutas. Chegamos lá, pegamos a estrada de terra sentido Carrancas, e uma meia dúzia de quilômetros depois chegamos na casa do seu Edmar (vulgo didi). Figurassa que tem uma casa/bar/camping onde se deixa o carro e saiem as trilhas.




Lugar muito bonito de mata fechada, uma serra muito bonita, caminhamos o dia inteiro e conhecemos 3 cachoeiras muito bonitas e uma gruta de quartzito fantástica que levamos 10 minutos para atravessar, algumas vezes com água na altura do peito! Isso tudo valeu o primeiro vídeo do ano.


Região muito bonita, que vai valer novas visitas esse ano, ainda mais por distar somente 53km de Lavras.

Uma visão triste que tivemos foi a da exploração do quartzito por pedreiras, que está avançando por todo lado naquela região. Havia pilhas de rejeito há menos de 10 metros do rio!! Além disso, vimos também o que  antigamente era uma cachoeira, totalmente assoreado por areia e cascalho, uma montanha de rejeito bloqueando o curso da água, e uma quantidade sem fim de montes de rejeito na boca da gruta!!! lamentável o que bicho homem faz com a natureza por dinheiro...

montanha de rejeitos à menos de 10 metros do rio
rejeitos bloqueando o curso das águas, no que antes era uma cachoeira
monte de rejeitos na boca da entrada da gruta
Chegamos em casa (ainda sem luz), tomamos um belo banho gelado, tomamos um açaí sarado e ainda pegamos um cineminha pra terminar o dia.

Domingo, acordamos cedo de novo e fomos escalar na pedreira de Lavras. Escaladinha de leve, já que meu ombro continua meio ruim por causa do incidente do fim de semana passado em São Thomé das Letras. Pegamos algumas viazinhas bem fáceis pra não forçar e pra Flávia recuperar a segurança em guiar, depois da belíssima vaca da semana passada.


A pedreira é um importante campo-escola para os escaladores da cidade, e conta com vias de 2o até 8o grau. Depois de um urubu esbarrar em uma pedra que caiu exatamente aonde estávamos e acertou uma costura que estava no chão, fazendo um belo talho em um dos mosquetões, fomos interrompidos por uma leve chuva que ameaçou piorar. Apesar dos sinais, insistimos e logo em seguida o sol abriu forte e terminamos um bom dia de escalada.

No final das contas, um fim de semana que deu tudo certo (dentro da normalidade), e definitivamente ABRIMOS A TEMPORADA! Que venham as próximas escaladas, e semana que vem já tem travessia na serra do cipó!

Frangos presentes:
- Rafael
- Flavinha

Vias escaladas:
- Foda - 2sup
- Mundo Animal - 4sup
- Aresta Noroeste - 3sup
- Plano B - 5

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Fim de semana MARCANTE em São Thomé das Letras

Esse fim de semana, aproveitando o fato de a Flavinha estar voltando para Lavras para o início das aulas, decidimos dar um pulo em São Thomé das Letras para escalar no sábado.

Na sexta a noite fomos de BH para Lavras, e sábado cedinho saímos de Lavras em direção a São Thomé. Como a Mimosa teria que ficar sozinha na casa da Flávia em Lavras, decidimos levar ela pra passear também.


Chegamos em São Thomé por volta das 10 da manhã, paramos o carro em frente ao camping da pedra do Leão, e com as mochilas nas costas, tocamos pra cima pra chegar na parte de trás do parque, onde ficam as vias. Tempo muito bonito e tudo certo para um belíssimo dia de escalada.


Mimosa na base da pedra esperando a gente escalar

Demos uma volta pela base das vias, identificando aquelas que fizemos no ano passado e procurando algumas vias novas pra entrar. Avistamos uma linha de grampos que começava num tetinho, que parecia cheia de agarras e bem interessante. Aí começou a peleja.

Perguntei para a Flavinha se ela queria entrar à vista e montar a via. Ela disse que sim, se equipou e começou. Costurou a primeira logo no tetinho, e na hora de dominar o teto, não conseguiu achar o posicionamento e as agarras eram meio abauladas. Resultado: ela não conseguiu ir pra cima, viu que ia vacar e começou a ficar nervosa. Nessa, ela começou a se posicionar para o lado direito do grampo, mas não se atentou para a corda que estava passando por trás da sua perna direita. Falei com ela para tirar a corda de trás da sua perna, mas ela estava muito nervosa com a provável vaca, e não conseguia se posicionar, e pra piorar a situação continuou indo para o lado direito, se embolando mais na corda. Nesse ponto, vi que uma vaca seria inevitável, e como a corda estava passando por trás da perna dela, seria de cabeça pra baixo. Olhei embaixo dela, e como era um tetinho, não havia perigo de bater em nenhuma pedra. Então só disse a ela pra descer o corpo o máximo que pudesse, e soltar. E não deu outra... a perna direita dela se enroscou na corda e ela deu uma meia pirueta e virou de cabeça para baixo!!! Desci ela rápido, que ficou bem nervosa, mas sem maiores lesões ou machucados... UFA!!!

Logo em seguida, fui eu guiar a via. Entrei nela, passei o lance que a Flávia não fez, e cheguei no top. Como os grampos do top estavam num platô na horizontal, montei a parada, passei a corda no mestre e pedi para a Flavinha me descer de baldinho, que eu voltaria lá em cima a pé depois para tirar os mosquetões. Ela me desceu e quando tirei a última costura da pedra (a mesma do tetinho), deixei a costura cair que foi direto na testa da Flavinha... ela tomou um susto, ficou com a cabeça dolorida, mas nada mais sério... SEGUNDA DO  DIA!!!

A Flavinha disse que não escalaria mais, mas eu ainda animei de entrar em mais uma via, que parecia bem fácil, perto dali. Entrei na via, que começava com muitos agarrões e no final uma sequência bem ruim de abaulados. depois de costurar o último grampo, e antes de chegar ao top, a agarra em que eu estava com o pé quebrou, e num instinto travei os dois braços. Neste exato instante, senti o meu ombro esquerdo meio que deslocar pra cima... e pensei "PRONTO!!! SÓ ME FALTAVA ESSA!!!... alguns milisegundos depois, me posicionei de novo, e para minha surpresa consegui usar o braço esquerdo normalmente (que só foi doer mesmo no domingo de manhã)... depois de descer ainda percebi um belo ralado no braço direito, resultado da trabada... TERCEIRA DO DIA!!!

Depois da peleja toda, passamos no Vale das Borboletas pra tomar um banho de cachoeira e lavar os ralados, seguido pelo belo pastel de massa caseira que fazem lá perto...


Bom, fim de semana tinha toda pinta de ser perfeito para a escalada, mas a pedra não queria a gente lá... a pedra estava tentando nos tirar de lá, mas teimamos em continuar escalando... deu no que deu... algumas marcas novas, e alguns dias de corpo dolorido... mas como sempre, valeu o aprendizado, e das próximas vezes não cometeremos os mesmos erros novamente...

hematoma na pernda direita da Flávia, onde a corda enroscou
ralada no braço direito do Rafa, depois da quebra da agarra do pé
Ou seja, faltou saber ler os sinais que a pedra nos deu.... e um pouco de atenção na hora de escalar...

Frangos presentes:
- Rafa
- Flavinha
- Mimosa (??? vale como franga convidada???)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Treinamento de Resgate e Escalada no Rod

Nesse fim de semana, os frangos tiveram bastante trabalho. No sábado, como parte das atividades do Grupo de Prevenção de Acidentes e Resgate da FEMEMG, realizamos um treinamento de resgate no Sítio do Rod.

Na parte da manhã do sábado fizemos uma reunião onde discutimos as ações do grupo ao longo do ano de 2011, e na parte da tarde realizamos uma prática de procedimento de resgate utilizando a técnica de rapel em contra-peso.



Tivemos 15 pessoas presentes, o que foi uma boa surpresa, pois não esperávamos tanta gente! Tudo correu muito bem, e o que ficou claro é que temos muito trabalho a ser realizado daqui pra frente. Muito obrigado a todos pela participação!!!

Frangos presentes:
- Rafael
- Flavinha
- Pat
- Jorge

No domingo, voltamos ao Rod, mas dessa vez para escalar. Foi a minha primeira ida na pedra no ano, e a idéia era pegar leve pra voltar devagar ao ritmo. A escalada foi ótima com muitas VIBES (hehe), e rendeu boas cadenas. Infelizmente não tiramos fotos desse dia.

Acontecimentos importantes:
- Pat encadenou a Mapa do Brasil de Red (com as duas primeiras costuras já sacadas)
- Rafa encadenou a Tente Outra Vez - 7a pela primeira vez

Frangos presentes:
- Rafa
- Pat
- Jorge

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Primeiro fim de semana frangótico de 2011


SÁBADO - 1ª vez dos Frangos na Lapa do Seu Antão

Esse sábado a TRFrango estava cheia: Jorge, Tarfísio e as franguinhas Pati, Mari e Flavinha!!! Era nossa primeira vez na Lapa do Seu Antão, mas o Tarfísio já conhecia o lugar!!! Esquemos de levar máquina fotográfica, então infelizmente não temos fotos do dia... O Rafa não foi dessa vez, pois ia para uma formatura de um amigo no sul de Minas...

Fomos os primeiros a chegar na Lapa, lugar de fácil acesso, mini-trilha tranquilíssima, e nos deparamos com as lindas paredes de calcáreo, com chapeleta para todo lado!!! Fomos entrando pelos setores, até chegar no Crepúsculo e o Tarfísio falar: aqui tem um quinto grau, e ali tem outro!!! Beleza, vamos começar a escaladinha!!!

Tarfísio entrou em um quinto, batendo o joelho na saída do negativo, e o Jorge já mandou na sequencia, sem bater o joelho... Pati entrou no outro quinto, que na verdade era um sexto, com agarras doloridíssimas!!! Depois voltamos para o setor do Corredor, e vimos que já tinha uns 8 carros estacionados, o corredor estava cheio de gente!!! Fizemos mais dois quintos e mais um sexto, com mta descontração e colocando o papo em dia (principalmente as meninas!!!). No fim do dia entramos em mais um quinto, o Tarfisio desmontou e logo em seguida fomos embora...

Ficamos orgulhosos dos frangos escalarem tranquilos, inclusive a Mari, que quebrou o jejum de mais de 1 ano sem escalar de verdade!!! Resumindo: chegamos cedo, estava mto calor, fomos embora felizes e sorridentes em conhecer a tão famosa Lapa do Seu Antão!!! Ainda bem que o Tarfísio foi, se não o Jorge ia enlouquecer com as três frangas tagalerando o dia todo!!! O incrível foi que não choveu, mesmo com a Mari presente!!! Agora temos que levar o Rafa para conhecer o pico...

DOMINGO - Cachoeira Santo Antônio

No domingo, aproveitando o excelente clima, decidimos pegar uma cachoeira pra dar uma aliviada no calor. Conversando então com a Mari (isso, a Mari mesmo!!! ela foi de novo!!! e dessa vez não choveu!!!), ela nos disse que conhecia duas cachoeiras perto de Nova Lima: "A da Capivara fica em Rio Acima, é mais perto, de mais fácil acesso, mas tem mais farofa. A Santo Antônio é mais longe um pouquinho, fica em Raposos, mais bonita e não tem farofa!!!". Tocamos então para Raposos, pra cachoeira mais bonita e com menos farofa...
Depois de 19km de terra, algumas bifurcações erradas, chegamos no que parecia ser o primeiro ponto de estacionamento, onde havia uns 6 carros. Paramos o carro, e continuamos a pé. E os carros foram aumentando cada vez mais. Seguimos por uma trilha-estrada, onde motos passavam por nós voltando, pessoas com isopores nas costas, e mais motos. Quando chegamos na cachoeira, um belo contraste: a cachoeira é realmente muito bonita, com uns 60 metros de queda livre, e uns canyons que formavam um belo poço. No entanto, o poço era praticamente um piscinão de ramos. Umas 80 pessoas, e mais umas 30 motos, lotavam o lugar, e o barulho incomodava muito.


Já estávamos lá mesmo, então aproveitamos pra nadar um pouco, contemplar a cachoeira, e nem uma hora depois, juntamos nossas coisas e voltamos.



Apesar da enorme farofa, valeu o passeio. A cachoeira é realmente muito bonita, e vale voltar lá numa época mais calma. Mas o mais impressionante é o significado de curtir a natureza pra muitas pessoas, que levam suas motos pra dentro da cachoeira, junto com churrasqueiras, isopores cheios de cerveja. Nem precisa dizer sobre o lixo que deixaram pra trás. Assim fica realmente difícil acreditar na evolução do ser humano, e no respeito e preservação do pouco da natureza que nos resta!

Frangos presentes:
- Mari
- Rafael
- Flavinha

Cuscuzeiro - O Retorno

1996 - Jorge fazia mestrado em Rio Claro (Unesp), e foi fazer pique-nique com a mãe, irmã e sobrinho no pasto em frente ao morro do Cuzcuzeiro. Viu algumas pessoas escalando, tirou umas fotos, deu risada, mas tb achou loucura, afinal de contas, ele sempre teve medo de altura...
2010 - Remexendo em caixas cheias de tralhas antigas, Jorge achou as fotos do pique-nique no Cuzcuzeiro... 14 anos atrás, qdo ele nem pensava que um dia fosse escalar!!! Assim, a vontade de escalar lá aumentou mais ainda!!!
Pati e Jorge foram passar o Natal em SP, e a chuva não largava dos pés deles... No dia 28/12, cansados de tanta água caindo do céu, resolveram ligar no camping do Cuzcuzeiro para saber como estava o tempo lá: "Moço, aqui não chove há 3 dias, o céu tá azul e com mto sol!!!".
Pegamos a estrada para Analândia e chegamos lá no meio da tarde. Já da estrada a vista é linda: estrada de terra bem vermelha, relevo plano, cheio de pastos, e de repente: o Cuzcuzeiro, todo imponente, chamando atenção em 360° ao redor dele!!!

Simplificando mto a geologia do Cuzcuzeiro, ele é um morro-testemunho de arenito silicificado que resistiu à erosão.
O camping estava vazio e estava mto bem cuidado, os banheiros estavam bem limpos, e o chuveiro era gostoso!!!

A trilha que leva até a base das vias é mto bem marcada, bem sinalizada, inclusive com avisos de usar o capacete!!!

Chegamos na Face Leste, tentamos decifrar os croquis do guia, achamos uma via de 5º sup e o Jorge já animou de guiar... A via chama-se Denorex, cuja leitura era tranquila até a 3ª costura, quando parecia ficar tudo liso... Mas acreditamos que liso no arenito era mais aderente do que liso no calcário... E assim foi o perrengue do 5º grau no arenito. A Pati ficou tensa na seg e nem tirou mtas fotos. “Denorex: parece (fácil), mas não é!”

No dia seguinte, acordamos cedo e fomos conhecer a Face Sul. Resolvemos escalar até o cume pela via mais fácil existente, a Carteirinha (4º grau).


A falta de vias mais fáceis, a tensão das abelhas, o calor e a estranheza de escalar em arenito friável e fraturado (porém aderente) nos fez repensar na qualidade e na valorização do calcário de MG!!!
Jorge saciou a vontade de conhecer e escalar no Cuzcuzeiro!!! Desmontamos acampamento e fomos para Piracicaba visitar um amigo do Jorge!!!