quarta-feira, 20 de julho de 2011

Maratona Galinácea: BH-Bicas-Rio de Janeiro-Bicas-Juiz de Fora-BH

Em plena temporada, a vontade de escalar parede é mais forte que os inconvenientes para nós que moramos em BH. Como a minha mãe se mudou para Bicas há pouco tempo, decidimos aproveitar o pouso e dar um "pulo" no Rio de Janeiro, pra escalar o morro da Babilônia. O programa era:
  • ir pra Bicas na sexta a noite e dormir lá
  • sábado cedo ir para o RJ escalar
  • voltar sábado depois da escalada e emendar numa festa junina em uma fazenda de um amigo do meu irmão, em Juiz de Fora
  • domingo ir conhecer a Pedra do Yungue

UUFFAAA!!! Quanta coisa para um único fim de semana!!! Isso foi o que descobrimos no domingo...

Na sexta-feira as 18:00 eu e a Flavinha passamos pra pegar a Pat e o Jorge na casa deles. Passamos no McDonald's pra comer algo e tocamos pra Bicas. A estrada estava bem movimentada, e chegamos em Bicas por volta das 10 e meia da noite. Sábado, acordamos nem tão cedo assim, e saímos de Bicas as 8:00, chegando no RJ por volta das 11:00. Depois da jornada impossível de achar um lugar pra estacionar próximo à Praia Vermelha, chegamos na base do Babilônia às 12:00.

Eu tinha imaginado de escalar a Luiz Arnaud, via que eu e a Flavinha havíamos entrado ano passado, mas devido à escolha errada das sapatilhas, abandonamos na segunda enfiada. Porém, durante a viagem de carro, a Pat sugeriu que fizéssemos duas vias próximas, a Reinaldo Behnken (vulgo Ronaldo Beckham) e a Ricardo Prado. Assim, iríamos nos acompanhando e aproveitando pra tirar fotos uns dos outros. A Reinaldo Behnken é uma das vias mais clássicas do Babilônia, e como E2 possui as proteções não muito próximas. Pois bem, torci o pâncreas e encarei a parada.

Tivemos ainda que esperar um pessoal rapelar das duas vias para então começarmos, e por volta de 12:40 entramos na parede. A escalada da Reinaldo Benhken foi sensacional. Via de aderência/agarrência com pequenos cristais de 5 enfiadas longas, totalizando 200 metros de escalada.

Começando a primeira enfiada


O visual vai ficando mais exuberante conforme ganha-se altura, com o pão-de-açúcar, a urca e a praia vermelha no primeiro plano e a cidade de Niterói no plano de fundo. No início o E2 pesou um pouco e o Elvis me acompanhou nas duas primeiras enfiadas, em meios a alguns gritos de "PQP, que belo esticão!!". A partir da 3a enfiada, a confiança nos pés tomou conta da escalada, e o psicológico já não estava mais ligando pra distância entre as proteções. Aí foi só escalar e aproveitar o visual. Na última enfiada, ainda fomos visitados por dois miquinhos que provavelmente moram na matinha próxima ao cume.


Visual da Reinaldo Behnken
Enquanto isso, o Jorge e a Pat tocavam pra cima na Ricardo Prado, não menos bonita em visual. Porém a Ricardo Prado possui um lance de 6o grau na quarta enfiada o que a torna significativamente mais difícil. Lance esse em que o Jorge utilizou uma pequena ajudinha do grampo de baixo pra passar (hehe). O Jorge e a Pat chegaram até a base da 4a enfiada e desceram dali mesmo, enquanto eu e a Flavinha fomos até o cume do Babilônia no final da 5a enfiada.

Jorge no veneno


Pat de segunda, indo encontrar o Jorge

Às 16:40 estávamos iniciando o rapel da via, ainda com o sol rachando a moleira, e esquentando a pedra. 8 rapéis mais tarde (estávamos somente com uma corda de 60m e decidimos fazer todos os rapéis duplos, com exceção do último), e já com o sol quase totalmente escondido, chegamos no chão às luzes das head lamps, às 18:30, onde encontramos o Jorge e a Pat que já tinham terminado de rapelar da Ricardo Prado.



Completamente famintos, fomos direto ao shopping mais próximo, comemos algo, e já ligamos pra minha mãe pra avisar que a festa junina ia babar, por causa da hora já bem avançada. Pegamos o carro e voltamos mais 3 horas até Bicas, onde chegamos completamente acabados e nos esbaldamos nos braços de morfeu.

No domingo tinhamos combinado de encontrar com o Victor em Bicas às 9:00. Acordamos um pouco atrasados e as 9:30 encontramos com ele na praça da cidade. Dali, pegamos a estrada pra Juiz de Fora e por volta das 10:30, e depois de um labirinto de ruas e avenidas, chegamos no objetivo do dia. A Pedra do Yungue é um granitão gigantesco a 10km de Juiz de Fora. Possui vias de vários tipos e graduações, tradicionais e esportivas, de agarras e de aderência. Há algum tempo, a parte de trás da pedra está sendo explorada, o que nos deixa somente a opção de escalar aos domingos, quando não há detonações. Croqui e informações: http://www.montanha.bio.br/web_cem/Yungue_mapa_01.htm

A pedra impressiona pelo tamanho e pelo volume do maciço. Infelizmente, devido às detonações, a pedra possui uma fina camada de pó, o que torna a aderência não muito boa. Chegamos e fomos direto para o setor das falésias, onde escalamos a via Perturbação da Ordem, um sexto grau com muitos abaolados, e uma horizontal interessante. Entrei guiando, e na sequência todos entraram com duas cordas de segurança, para evitar o pêndulo no caso de queda e para manter uma corda passada em top rope. Frango que é frango escala de top-rope com duas cordas!!! hehe

Jorge no "lance crucial", com as duas cordas... hehe...
Depois demos uma rápida passada no bloco serpentário onde apanhamos horrores de uma via de aderência, e lá pelas 3 da tarde, nos rendemos ao cansaço do fim de semana, e juntamos as coisas pra voltar pra BH.

Fim de semana com objetivos parcialmente cumpridos, mas o ponto alto foi realmente a escalada do Babilônia. A sensação de escalar uma via de E2 com proteções mais distantes, e sentir a confiança sendo construída dentro da mente, foi inexplicável. Foi uma experiência bem interessante e com certeza abriu meu horizonte para novas escaladas.

Além disso, essa foi a primeira escalada do Jorge no Rio de Janeiro, e encarar logo um lance de 6o grau foi pauleira!!! No mais, ele se saiu muito bem na aderência (como sempre), sempre influenciado pelo jeito "Cara, caramba, cara, caraô" de ser.



Agora é planejar a próxima parede e aproveitar o restante da temporada!

Frangos presentes:
  • Rafa
  • Flavinha
  • Pat
  • Jorge

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