terça-feira, 26 de julho de 2011

Fim de semana FODA no Cipó

Há algum tempo que o fim de semana dos dias 23 e 24 de julho estava reservado para irmos em São Bento do Sapucaí, escalar na Ana Chata e participar de um mini-festival de filmes d emontanha no abrigo do Myka (http://www.bivaque.com.br). Porém, com a maratona do fim de semana anterior, e com a informação de que o Jorge teria que viajar para a Colômbia a trabalho, decidimos desistir da viagem longa. Decidimos então, aproveitar para fazermos um dos nossos programas favoritos: escaladinha no sábado e cachoeira no domingo, na Serra do Cipó.

Dessa vez, tivemos também a desagradável companhia da pior cunhada que eu tenho, Ana Luiza van der Pork, depois da notícia de que o Popeye teria que ficar em Macaé cuidando da sua outra família de lá. Fazer o que né?!!

Pois bem, sexta a noite peguei a Flavinha e a Ana na casa delas, e depois de comer um pastel paulista, fomos pro Cipó. Chegamos lá por volta das 11 da noite, armamos as barracas e dormimos. Sábado, acordamos cedo, corremos na padaria pra tomar um café da manhã, e arrumamos as mochilas e tocamos para o morro da Pedreira. O objetivo do dia era ir conhecer melhor o grupo Foda e tentar uma via gigante de 7a/7b, a Cachimbo da Paz.

O setor Foda (croqui e infos em http://www.mountainvoices.com.br/setorfoda.html) é uma área de escalada no Grupo 3, bem no limite com o Grupo 2. Parece mais uma barbatana de tubarão emergindo da terra. Hoje conta com aproximadamente 16 vias de 5o a 9o grau, bem atléticas e protegidas, do mais belo calcáreo característica do morro da pedreira. Lugar muito bonito com sombra nas bases das vias quase o tempo todo, onde o vento soa bem forte por estar localizado no topo do maciço, inclusive com vista para a estrada que sobe a serra para Conceição do Mato Dentro.

Chegando no setor Foda
Aquecemos na Só pra elas - 5o, com a Flavinha guiando e a Ana entrando de Top. Depois entramos na via Voce decide, um 6sup bem negativo cheio de agarras gigantescas, caracterizada pelo domínio das barrigas (umas 4 ou 5), com bons descansos entre cada uma delas. O crux fica entre a última costura e o top, onde as agarras diminuem de tamanho e aumentam de espaçamento. Via muito interessante pra treinar os ante-braços.

Ana de top na Só pra elas

Tentando visualizar a Você Decide

Feito isso, fomos ao objetivo do dia, a Cachimbo da Paz. Entrei nela totalmente a vista, cheguei ao crux com uma certa facilidade e não consegui me encaixar. Além disso, a costura anterior ao crux fica há uns 2 metros de distância, à esquerda, e a quantidade de pontas de rocha abaixo desencorajam qualquer possibilidade de vaca. Tentei duas vezes entrar no crux, e desescalei até a costura. Até o crux a via é até bem tranquila com um começo bem delicado de posicionamento, seguido por uma sequência de agarras gigantescas. Desci, a Ana e a Flavinha entraram de top (na costura antes do crux) e descansei pra dar outro pega. Entrei nela de novo, e novamente cheguei bem rápido ao crux, e dessa vez consegui me encaixar num lance de muita força em agarras ruins. Passei o crux e cai na costura seguinte, não menos difícil que a anterior. Descansei um pouco e passei desse lance também. Depois disso, entra-se em uma espécie de chaminé meio chata, de pés ruins. Olhei pra cima e não via o final da via. Continuei por mais uns 10 metros nessa chaminé até que finalmente vi o top, quase no topo do maciço.

Preparando para desmontar a Cachimbo da Paz

Belíssima via, de crux bem forte, e escalada delicada em seu restante. Vai entrar pra lista das repetíveis, e merece uma volta pra sair a cadena.

Juntamos as nossas coisas e descemos pro G3, aonde ainda escalamos a boa e velha Melzinho na colher pra fechar o dia, enquanto eramos observados de perto por alguns ratos no local que vieram aparentemente em busca de restos de comida.

Voltamos pro camping, e ainda tivemos alguns resquícios de luz pra brincar de slackline durante quase uma hora.


No domingo, acordamos cedo novamente e fomos ao Parque Nacional da Serra do Cipó. A idéia do dia era conhecermos a Cachoeira Farofa de Cima, e suas 7 quedas. A caminhada total foi de aproximadamente 14km (ida e volta), com uma subida longa e constante na ida, e a mesma descida na volta.

Subindo e fugindo da chuva que vinha no vale do rio Cipó

Depois de duas horas de caminhada, avistamos uma das quedas (e aparentemente a maior delas). Descemos o rio e entramos no canyon que forma as outras quedas e ainda vimos mais 4 até um ponto em que não era mais possível descer. Ao todo conseguimos conhecer 5 das quedas.

Vista da primeira queda da Farofa de Cima

Entrada do canyon para as quedas da Farofa de Cima

Fim da linha. Descer mais, só com corda.

Na volta, o sol rachou a moleira, e paramos na Carambinha pra um último refresco. Chegamos no carro às 16:30 famintos, e ainda passamos pra comer um PF antes de voltarmos pra BH.

Fim de semana no Cipó é sempre especial, e esse não poderia deixar de ser. Escalar no setor Foda foi sensacional, tanto pelas vias quanto pelo silêncio e visual. E pra fechar o fim de semana com chave de ouro, a cachoeira da Farofa de Cima nos presenteou com suas inúmeras quedas. Particularmente a Serra do Cipó é um lugar muito especial pra mim, por tudo que oferece e pelos momentos que proporciona ainda mais acompanhado da Flavinha que torna tudo mais mágico e intenso. Um dia ainda me mudo pra lá de vez!!! Linda, muda pra lá comigo e vamos viver de amor?? Hehe...

Ainda sobrou tempo pra fazer um videozinho da escalada da Flávia na Só pra elas.


Frangos presentes:
- Rafa
- Flavinha
- Ana Luiza

Vias escaladas:
- Só pra elas - 5o
- Você decide - 6sup
- Cachimbo da paz - 7a
- Melzinho na colher - 5o

Um comentário:

  1. que lindo meu amor!!!!
    você é que faz todos os meus dias serem mágicos.
    adorei o final de semana
    beijooo

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