terça-feira, 1 de setembro de 2015

(En)Fim de semana em São Bento do Sapucaí

Depois de uma semana bem cansativa, tanto pra Flávia na faculdade quanto pra mim no trabalho, decidimos tirar o final de semana todo de folga. Enfim, depois de 2 anos morando no Sul de Minas, conseguimos nos programar para passar o final de semana escalando em São Bento do Sapucaí.

Sábado acordamos sem pressa, arrumamos as coisas e partimos. O plano era ir conhecer a Falésia dos Olhos em Paraisópolis, no sábado, e no domingo escalar a via Elektra na Ana Chata.





Por volta do meio dia deixamos o carro estacionado na estrada de terra que dá acesso à Falésia dos Olhos e subimos o pasto em direção à pedra. Longa subida sob um sol escaldante, e logo avistamos o paredão laranja e preto.

Como era a nossa primeira vez lá, demos uma avistada geral em todas as vias para decidir o que fazer.


Começamos então em uma via de 6o grau, na extrema direita. Via boa com bons regletes e bons movimentos. Valeu para esquentar o corpo.

Em seguida, queríamos entrar em outro 6o grau, dessa vez na extrema esquerda. A saída da via se mostrou bem ruim, com regletes muito pequenos, escorregadios e em lacas que faziam barulho (meio soltas). Além disso, a primeira chapeleta meio torta não animava uma possível queda, já que faria uma bela alavanca no mosquetão da costura. Resolvi descer e terminar o dia ali. Demos mais uma andada pelas vias, e apesar do paredão laranja, não ficamos muito atraídos pelas vias do lugar (o que pode ser também resultado da graduação das vias de lá que estão praticamente todas acima do 8o grau, ou seja, fora da nossa laia).

Partimos então para São Bento, e ficamos hospedados no abrigo do Eliseu Frechou. Macarrão, cerveja artesanal e vinho, e antes das 9 estávamos mortos nas beliches.

Domingo acordamos bem cedo e tocamos para a Ana Chata. A ideia era fazer a via Elektra, um 4o-5o grau muito famoso, com uma das enfiadas inteira em móvel, e 7 enfiadas, o que a torna a via de escalada mais longa dessa montanha.

estacionamento Ana Chata

50 minutos de caminhada pela trilha e chegamos na base da via. A Flavinha, com sua já costumeira animação em vias de parede quis guiar a primeira enfiada. 3 proteções em quase 40 metros de enfiada de 3o grau.

Flavinha guiando a primeira enfiada


Eu tomei a ponta da corda e me encarreguei de guiar o restante da via, emendando a 2a e a 3a enfiadas em uma longa de quase 60 metros (e um arrasto violento).

escalando a 3a e 4a enfiadas



A 4a e 5a enfiadas são as mais famosas e mais difíceis: a primeira é um vertical com muitas agarras e bem exposto (achei um E3, a não ser que eu tenha pulado alguma proteção) que termina em uma árvore na base do famoso diedro da 5a enfiada. Esta é a mais bonita da via. Um diedro de uns 15 a 20 metros de excelentes proteções e movimentação bem legal.

Chegando na P5, faltavam ainda 2 enfiadas para o cume: uma travessia horizontal de 4o grau, bem aéreo (que a Flávia, apesar de todo o receio com travessias, mandou muuuito bem) e, na última enfiada, uma diagonal para a esquerda em uma chapa e um vertical de 3o grau, de uns 10 metros, sem nenhuma proteção até o cume.

Cume!!!






Começamos a escalada às 10:40 e 14:15 estávamos no cume. Tiramos a tradicional foto com o Baú no fundo, comemos um lanche e descemos a pé pela trilha.

vista da Face Norte do Bau

Escalar em São Bento é sempre muito gostoso. E mais do que isso, voltar ao cume da Ana Chata exatamente após 5 anos da primeira vez que estivemos lá, com a Pati e o Jorge, nos fez relembrar os nossos famosos "programas de índio". Que saudade!

cume da Ana Chata em agosto de 2010... uma coisa não muda nunca: a cabeça do Jorge continua proeminente como sempre...

carinha de adolescentes


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