sexta-feira, 28 de junho de 2013

Frangos na Australia - Parte 4 = Thredbo

Continuando a viagem, a idéia agora era cruzar o estado de Victoria, e New South Wales em direção a Sydney. No caminho, Jorge tinha pesquisado e descoberto que o pico mais alto da Austrália continental fica exatamente na divisa dos dois estados, no Kosciusko National Park, na região chamada de Snowy Mountains. Decidimos então aproveitar o inverno e tentar uma caminhadinha na neve.

O Mount Kosciusko é o ponto mais alto da Austrália continental, com 2228 metros (existe uma montanha mais alta em uma ilha ao extremo sul). Durante o verão é possível atinigir o seu cume com uma caminhada relativamente simples. No inverno, a dificuldade aumenta por causa da neve que toma conta de todo o local.

Saímos então de Melbourne, em direção à Thredbo, uma cidadezinha muito turística que vive da estação de esqui localizada no sopé do Kosciusko. O caminho até lá foi longo, e o final da viagem trouxe bastante tensão. Nesse período de inverno, as estradas costumam ficar cheias de gelo, o que traz um perigo extra para as muitas curvas até lá. Quando estávamos chegando em Khancoban, última cidade antes de adentrar na região montanhosa das Snowy Mountains, havia vários locais alugando correntes para pneus. Achamos aquilo engraçado, mas (não me lembro muito bem porque) decidimos tocar sem as correntes mesmo.

A estrada começou tranquila, com muitas curvas e um visual muito bonito. Mas, à medida que íamos subindo, a paisagem e a vegetação iam mudando, até que em um determinado ponto começamos a ver neve na beira da estrada. Desse ponto até a cidade de Thredbo foram alguns bons 30 minutos de tensão. Havia alguns locais com algum gelo na pista, e o Jorge teve que usar toda a sua destreza pra manter a caravan bem equilibrada.



Chegamos em Thredbo no final da tarde e fomos logo procurar um lugar pra dormir. Não há caravan parks lá, e os estacionamentos possuem placas avisando que é proibido pernoitar com caravans. Então, achamos um hostel da Youth Hostelling International, e lá nos acomodamos nas últimas camas vagas. O lugar estava abarrotado de famílias com milhares de crianças em final de férias, o que deu um toque "especial" ao nosso jantar.

vista do vilarejo da entrada da estrada


Dia seguinte, acordamos bem cedinho e a idéia era ir direto para a estação de esqui. Passamos no carro para deixar algumas coisas e pegar as mochilas e ficamos impressionados com o resultado do frio da noite. Tudo congelado! Inclusive um restinho de água que estava na torneira da pia!

para-brisa 



O jeito mais fácil de chegar no cume do Kosciusko é pegando o lift da estação de esqui, e seguindo por uma trilha até o cume. Chegamos na bilheteria e informamos que queríamos subir para ir ao cume do Kosciusko e, de cara, levamos uma reação não muito amistosa da atendente, dizendo que "a estação não se responsabilizaria por nenhum acidente a partir do lift". Disse que tudo bem, e que mesmo assim gostaríamos de ir. Não souberam também nos informar qual a quantidade de neve que havia lá em cima, então ficamos na dúvida se alugaríamos os snow shoes ou não. Final das contas, decidimos subir só com as botas de trekking mesmo e ver o que ia dar.

Chegamos lá em cima, e começamos a caminhada seguindo algumas sinalizações e algumas passarelas enterradas na neve. A neve estava bem compacta, e o terreno quase plano permitiu que continuássemos indo em frente.

esquema dos lifts e vias de descida de esqui


subindo no lift



topo do lift


placa indicativa da trilha para o cume no final do lift

e haja equilíbrio na neve dura


marcações na trilha


mirante principal: o Kosciusko é o cocoruco lá no fundo



dava pra ver as marcas dos trilhos de madeira que marcam o caminho

Depois de quase 1 hora e meia de caminhada na neve, chegamos em uma última baixada que daria acesso à ùltima subida para o cume. Nesse ponto a inclinação estava maior e a neve estava muito duro, e achamos que seria muito perigoso continuar sem snow shoes ou crampons. Eu e o Jorge ainda tentamos ir um pouco mais (afinal estávamos muito perto do cume), mas desisti nos primeiros 10 passos.

última descida com neve muito dura e escorregadia

o cume é logo ali em cima


caminho de volta





Pegamos a trilha de volta, e em pouco mais de uma hora estávamos no lift. Ainda paramos no bar do lift para tomar uma cerveja Kosciusko e comemorar a nossa primeira caminhada na neve na Austrália.




Descemos o lift e voltamos para a caravan. Estava na hora de pegar a estrada de novo e continuar o caminho para Sydney!

Apesar de não termos chegado no cume, a caminhada foi lindíssima! Muita neve, muito branco e um visual muito bonito! Valeu mais uma experiência diferente, e ficou a lição de que na neve não dá pra ficar sem uns espinhos de metal grudados no pé... hehe...


 

Um comentário:

  1. Pois eh, foram duas licoes aprendidas:
    - arrumar as correntes para os pneus (nos nao alugamos porque subimos por um lado e descemos pelo outro. entao nao daria para devolver no local onde aluga)
    - e, claro, vai subir pico nevado, carregar crampons. Estava impossivel subir a parte mais ingreme porque tava tudo um gelo so.

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