domingo, 23 de junho de 2013

Frangos na Australia - Parte 2 = Grampians

2a parte da viagem, a idéia agora seria começar a voltar o caminho que fizemos para Arapiles em direção a Melbourne sentido litoral, passando pelo Grampians National Park. O lugar é um dos picos de escalada em móvel mais famosos da Austrália, e compreende mais de 1000 vias em vários setores espalhados pelo parque.


Pegamos a estrada pela manhã, e chegamos na portaria do parque, na cidade de Halls Gap, por volta das 2 da tarde. A idéia seria fazer alguma caminhada no parque para esticar as pernas e não perder o dia. Fomos prontamente atendidos pela simpática recepcionista que nos encaminhou para a caminhada mais famosa do lugar: os Pinnacles.

as montanhas de grampians sobressaem na planície

estradinha muito sinuosa pra chegar em Halls Gap



A caminha dura quase 1 hora e passa por corredores magníficos de rocha, em uma subida constante até a parte mais alta da cadeia montanhosa. E no final, uma ponta de rocha que se lança sobre o abismo...

placas no início da trilha














topo dos pinnacles







Fizemos a bonita caminhada de volta, e acabamos o dia jantando no caravan park, em meio aos cangurus.

sorriso da cadena

jorge tentando diminuir a sua cabeça na foto

Dia seguinte, era o primeiro dia de escalada, e decidimos ir no Summerday Valley, um dos setores mais frequentados, com muitas vias fáceis. Chegamos, miramos o primeiro maciço, e já tocamos pra cima. Fizemos duas vias de grau 15 e 14, simultaneamente e foi aí que começou o sofrimento da falta de proteções fixas no final das vias. Cheguei no primeiro cume falso da via XXX???, e fiquei sem saber se tocava pra cima mais uns 6 metros e tentava achar uma chapeleta lá, ou ficava onde eu estava e laçava um bico de pedra, ou tentava descer a pé pelo lado de trás da pedra (ufa!!). Que dureza! No final das contas, laçar o bico de pedra ficou impossível por causa do atrito na hora de recolher a corda. Pedi ao Jorge para rapelar com a corda passada na base móvel, e eu ia procurar um jeito de descer a pé. Sobe pra cá, desce pra lá, e depois de alguns muitos minutos, achei um jeito de descer.


preparando para procurar um jeito de descer

Toda essa ginástica demorou bastante e acabamos perdendo muito tempo na brincadeira. Pra fechar o dia decidimos então entrar em 3 vias juntinhas que ficavam no mesmo setor, um pouco à esquerda: um 14, um 16 e um 18. Já cabreiro, gastei um tempo antes de entrar nas vias, subi por trás na pedra e achei um jeito de montar uma base pra facilitar a nossa vida depois de escalar.

Guiei a via de grau 14, o Jorge guiou a 16, e eu resolvi entrar guiando a 18. Como lá é tudo móvel, fiquei olhando de baixo ensaiando as colocações que me pareciam bem ruins. Como já estava na VIBE toquei pra cima. Coloquei um nut numa boa fenda horizontal e fui para o que parecia ser o primeiro movimento de entrada no crux. Sobe mão, ajeita pé, da um tapa (hmmm, a mão ficou ruim), tenta ajeitar a mão.... VAAAAP!! Só senti a bunda batendo no chão. Fiquei alguns segundos tentando entender o que aconteceu. Voltei à realidade, e vi que tinha caído direto no chão. Mexi as pernas e os braços pra ver se não tinha nada quebrado, e tava tudo inteiro. Aí fui recapitular o que aconteceu.

Nesse movimento de ajeitar a mão, o pé direito escorregou da agarra, na descida, no reflexo de agarrar a costura acabei batendo a mão no nut e tirando ele da posição, e aí fui direto pro chão.

Algumas escoriações leves nas mãos, na hora não senti nada. Quando o corpo começou a esfriar, comecei a sentir uma dor brava no tornozelo direito, que foi o que amorteceu a maior parte da minha queda (pelo que pude inferir).

alguns instantes antes da queda


resultado da brincadeira

Dos males o menor. A única sequela foram dois dias mancando um pouco. Tive sorte nessa.


pat guiando


nascer da lua no final do dia

Dia seguinte havíamos planejado mais um dia de escalada, na Taipan Wall, considerada a parede de escalada esportiva mais bonita da Austrália, onde eu queria entrar em uma via de 8a que eu tinha definido como a principal via que eu tentaria em toda a viagem. Paciência né?! Perdi essa baita chance de escalar nessa parede, mas saí satisfeito por ter somente torcido o tornozelo depois da queda.

Resolvemos então já adiantar o dia seguinte e fomos dormir num caravan park ao lado de um Koala gigante que ficava na estrada.


Dali, adiantamos a viagem em um dia e tocamos rumo ao litoral pra continuar a viagem de retorno a Melbourne, passando pela Great Ocean Road. Bora que tem muita viagem pela frente ainda!


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