Pegamos a estrada pela manhã, e chegamos na portaria do parque, na cidade de Halls Gap, por volta das 2 da tarde. A idéia seria fazer alguma caminhada no parque para esticar as pernas e não perder o dia. Fomos prontamente atendidos pela simpática recepcionista que nos encaminhou para a caminhada mais famosa do lugar: os Pinnacles.
as montanhas de grampians sobressaem na planície |
estradinha muito sinuosa pra chegar em Halls Gap |
A caminha dura quase 1 hora e passa por corredores magníficos de rocha, em uma subida constante até a parte mais alta da cadeia montanhosa. E no final, uma ponta de rocha que se lança sobre o abismo...
placas no início da trilha |
topo dos pinnacles |
Fizemos a bonita caminhada de volta, e acabamos o dia jantando no caravan park, em meio aos cangurus.
sorriso da cadena |
jorge tentando diminuir a sua cabeça na foto |
Dia seguinte, era o primeiro dia de escalada, e decidimos ir no Summerday Valley, um dos setores mais frequentados, com muitas vias fáceis. Chegamos, miramos o primeiro maciço, e já tocamos pra cima. Fizemos duas vias de grau 15 e 14, simultaneamente e foi aí que começou o sofrimento da falta de proteções fixas no final das vias. Cheguei no primeiro cume falso da via XXX???, e fiquei sem saber se tocava pra cima mais uns 6 metros e tentava achar uma chapeleta lá, ou ficava onde eu estava e laçava um bico de pedra, ou tentava descer a pé pelo lado de trás da pedra (ufa!!). Que dureza! No final das contas, laçar o bico de pedra ficou impossível por causa do atrito na hora de recolher a corda. Pedi ao Jorge para rapelar com a corda passada na base móvel, e eu ia procurar um jeito de descer a pé. Sobe pra cá, desce pra lá, e depois de alguns muitos minutos, achei um jeito de descer.
preparando para procurar um jeito de descer |
Toda essa ginástica demorou bastante e acabamos perdendo muito tempo na brincadeira. Pra fechar o dia decidimos então entrar em 3 vias juntinhas que ficavam no mesmo setor, um pouco à esquerda: um 14, um 16 e um 18. Já cabreiro, gastei um tempo antes de entrar nas vias, subi por trás na pedra e achei um jeito de montar uma base pra facilitar a nossa vida depois de escalar.
Guiei a via de grau 14, o Jorge guiou a 16, e eu resolvi entrar guiando a 18. Como lá é tudo móvel, fiquei olhando de baixo ensaiando as colocações que me pareciam bem ruins. Como já estava na VIBE toquei pra cima. Coloquei um nut numa boa fenda horizontal e fui para o que parecia ser o primeiro movimento de entrada no crux. Sobe mão, ajeita pé, da um tapa (hmmm, a mão ficou ruim), tenta ajeitar a mão.... VAAAAP!! Só senti a bunda batendo no chão. Fiquei alguns segundos tentando entender o que aconteceu. Voltei à realidade, e vi que tinha caído direto no chão. Mexi as pernas e os braços pra ver se não tinha nada quebrado, e tava tudo inteiro. Aí fui recapitular o que aconteceu.
Nesse movimento de ajeitar a mão, o pé direito escorregou da agarra, na descida, no reflexo de agarrar a costura acabei batendo a mão no nut e tirando ele da posição, e aí fui direto pro chão.
Algumas escoriações leves nas mãos, na hora não senti nada. Quando o corpo começou a esfriar, comecei a sentir uma dor brava no tornozelo direito, que foi o que amorteceu a maior parte da minha queda (pelo que pude inferir).
alguns instantes antes da queda |
resultado da brincadeira |
Dos males o menor. A única sequela foram dois dias mancando um pouco. Tive sorte nessa.
pat guiando |
nascer da lua no final do dia |
Dia seguinte havíamos planejado mais um dia de escalada, na Taipan Wall, considerada a parede de escalada esportiva mais bonita da Austrália, onde eu queria entrar em uma via de 8a que eu tinha definido como a principal via que eu tentaria em toda a viagem. Paciência né?! Perdi essa baita chance de escalar nessa parede, mas saí satisfeito por ter somente torcido o tornozelo depois da queda.
Resolvemos então já adiantar o dia seguinte e fomos dormir num caravan park ao lado de um Koala gigante que ficava na estrada.
Dali, adiantamos a viagem em um dia e tocamos rumo ao litoral pra continuar a viagem de retorno a Melbourne, passando pela Great Ocean Road. Bora que tem muita viagem pela frente ainda!
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