quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pico do Papagaio - 2a missão (agora com tempo bom)

Desde de 2010, quando passamos um reveillon bem molhado no Pico do Papagaio (relato em http://www.frangosescaladores.blogspot.com/2011/01/reveillon-submarino.html), que eu pensava em voltar a Aiuruoca.


Desde o ano passado conversando com os irmãos Rrrródinha (Cristiano e Willian), eles animaram a empreitada, e depois de muitas mudanças de data conseguimos fechar um fim de semana de julho para subir o benedito. Dessa vez a Flavinha não pôde ir por causa do trabalho e então chamei um amigo de BH escalador para nos acompanhar, o Guilherme.


Saimos de BH na sexta-feira a noite, por volta das 18:30, paramos para comer um pastel, e chegamos em Aiuruoca por volta de meia-noite e meia. A idéia era ir direto para o estacionamento da cachoeira dos Garcia e acampar por lá, então pegamos direto a estradinha de terra (bem safada) que dá acesso à cachoeira. Paramos o carro no estacionamento em meio a um vendaval e uma friaca terrível, e por volta das 2 da manhã estávamos dentro das barracas, embutidos nos sacos de dormir. Essa noite fez muito frio e ventou muito, e instigou a nossa imaginação sobre o que nos esperaria no cume do Papagaio na noite seguinte.


Haviamos combinado de encontrar o Cristiano e o Willian, que viriam de SP no sábado cedo, na cachoeira dos Garcia e de lá iríamos até a entrada da trilha que vai para o Pico do Papagaio passando pelo Retiro dos Pedros. A cachoeira dos Garcia é acessada por uma estradinha de terra (horrenda) que sai da estrada de terra principal e chega na parte de cima da cachoeira. Acordamos por volta das 8 e meia, tomamos um café, e como os irmãos não chegavam decidimos pegar a estrada de terra principal. Após uns 15 minutos do carro agarrado em uma lombada de pedra/terra, patinando e passando por cima de pedras soltas, chegamos na estrada principal e ficamos esperando o pessoal chegar.




Por volta das 11 os irmãos chegaram e fomos de carro até a entrada da trilha, onde deixamos o carro num descampado na beira da estrada, que fica na entrada da Pousada Do lado de lá.


Começamos a trlha por volta das 12:30, e a medida que fomos subindo o visual foi ficando mais bonito. Os vales e picos da região, todos cercados de uma mata fechada muito verde dão um toque especial na paisagem. O vento acompanhou na mesma intensidade, e como a trilha é feita quase sempre em descampados, a friaca dominou o dia todo. Passamos pelo primeiro ponto de água por volta das 14:30, e como sabíamos (ou pensávamos) que haveria um ponto de água a 20 minutos do cume, somente enchemos as garrafas de mão e continuamos a caminhada.

Sobe, desce, entra na mata, sai da mata, entra de novo, agarra nas bromélias, sobe mais, desce mais... sempre com um visual incrível dos vales e montanhas ao redor. Por volta das 16:00 estávamos na matinha que dá acesso à última subida ao cume, e nada de água. Até cheguei a reconhecer um ou dois pontos de água que eu havia utilizado em 2010, mas estavam completamente secos. Paciência! Fomos pro cume com pouca água mesmo.


Chegando no Retiro dos Pedros

Cume do Papagaio no fundo ä direita, visto da Pedra
do Tamanduá
Ainda encontramos com um grupo de sujeitos com um pacote de carvão nas mãos que estavam subindo pelo vale do Matutu e que estavam perdidos há mais ou menos 8 horas (???). Saíram as 6 da manhã de Aiuruoca e ficaram quase 8 horas vagando na mata procurando o caminho... eita! Passamos eles e continuamos em um ritmo forte para garantir que acharíamos lugar para colocar nossas barracas no cume.

Mais meia hora, e finalmente chegamos no cume! O cume do Papagaio é um misto de rocha, pedras grandes e arbustos, com pequenos clarões de mato para colocar as barracas. Chegamos no primeiro ponto de acampamento e lá estavam papai, mamãe e seu filhotinho, todos devidamente encapuzados fazendo uma fogueira na grama ao lado dos arbustos. Enfim, eu que não sou um sujeito muito chato ainda resolvi não falar nada, apesar de o Willian ficar torcendo a cara pro povo. Seguimos então pra um ponto um pouco mais acima onde existe espaço mais exposto ao vento para duas barracas, e duas saídas de trilha para outros espaços menores, para uma barraca cada. Armamos o acampamento ali, e fizemos a cozinha próxima a pedra que dava vista para o vale da cidade de Aiuruoca.

Pouco mais de meia hora depois chegaram os dois sujeitos perdidos, e mais 4 amigos que estavam mais perdidos ainda, todos carregando vários apetrechos nas mãos: saco de carvão, pipa, galão de água de 5 litros, mochila de escola, etc. Eles passaram por nós e armaram acampamento um pouco mais a frente na pedra. Ficamos ali sentados na pedra apreciando o belíssimo por-do-sol, e preparando os estômagos para o jantar.



Com um ferrenho racionamento de água fizemos um belo jantar, com direito a linguiça calabresa frita e kit-kat de sobremesa, enquanto a família espírito de porco que fez a fogueira resolveu soltar foguetes que, parafraseando a mamãe espírito de porco, "eram bom pra espantar os bichos"... (????).


Enfim, após o jantar veio o ponto máximo do fim de semana. Muito diferente da ventania do dia, a noite se apresentou calma e serena, com um céu estrelado que poucas vezes tive a oportunidade de ver na vida, principalmente porque era época de lua nova e o céu estava extremamente escuro. Decidimos então pegar nossos isolantes e sacos de dormir e ficar deitados na pedra contemplando aquela verdadeira maravilha da natureza. SENSACIONAL!!! A dança das estrelas cadentes e a claridade da via láctea deu um toque ainda mais especial ao céu completamente estrelado.


Ficamos ali por cerca de uma hora batendo papo, e como o vento não vinha e o saco de dormir mantinha a temperatura extremamente agradável acabamos adormecendo ao relento. Eu fui o primeiro a acordar um pouco mais de uma hora depois, com um ventinho de leve que começou a incomodar o nariz. Fui pra barraca, e logo quando entrei a ventania que nos perseguiu durante o dia voltou com força. Todos acabaram se recolhendo aos seus aposentos, sentindo o cheiro de churrasco que os perdidos fizeram até as 3 da madrugada no acampamento deles, com direito a muito sal grosso, carne mau passada, bem passada e muito som ligado na maior altura. Oh vontade de curtir a natureza!!!

De madrugada, o vento não perdoou e a todo momento acordava com o barulho da barraca balançando. Mas pelo menos o frio não foi tão intenso, e consegui descansar bastante.


No dia seguinte, acordamos por volta das 6 da manhã para assistir a outro espetáculo: o nascer do sol. Os tons de laranja, amarelo, azul, verde, vermelho, se misturavam nos vales e no horizonte. As várias "camadas" de montanha e o degradê formado por elas era impressionante! Ficamos ali por quase uma hora tirando milhares de fotos.




Tomamos então um café com a pouquíssima água que sobrou, desarrumamos tudo e saimos por volta das 9 da manhã para a descida. A caminhada de volta foi bem tranquila, tirando a sede que estava matando. Paramos ainda no ponto de água para comer um lanchino e matar a sede, e antes das 13:00 estávamos no carro.


Pedra no caminho de volta

Pegamos os carros, e no caminho de volta ainda paramos pra comer um X-Salada-Linguiça fantástico numa lanchonete na beira da estrada.


Que bela pernada! A Serra da Mantiqueira é um dos meus lugares preferidos, principalmente nessa época do ano na qual ela se releva nas suas mais intensas cores e contrastes. Finalmente tive todo o visual que o Pico do Papagaio oferece, e pude aproveitar isso com companhias tão ilustres.


Serra do Papagaio vista da estrada de terra

5 comentários:

  1. eita inveja danada.... e eu aqui, passando frio e sem motanha nenhuma num raio de centenas de km.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. larga de ser frango e tira essa bunda gorda do sofá... eu viajei 900km (?!) no fim de semana pra poder subir a montanha num dia e descer no outro...

      Excluir
  2. Típico programa de índio que a gente adora fazer!!! Pelo visto a TR-Frango fez falta... Rs... Amei as fotos!!! Parabéns pelo passeio!!! Mas... Kit Kat?! Cadê as carolinas e rocamboles dos irmãos Róóódinha?!

    ResponderExcluir
  3. hahahaha dessa vez não teve Pati... nao estava treinando mto ultimamente e nao quis abusar no peso.. mas rolou alpino, barra de chocolate kkkkkkk
    cansar td bem, mas passar fome nao dá rsrsrs

    ResponderExcluir
  4. valeu a companhia de todos!!
    excelente pernada, tempo otimo! noite limpa... uma pernada leve, que vale mto a pena fazer!

    ResponderExcluir