Desde o ano passado conversando com os irmãos Rrrródinha (Cristiano e Willian), eles animaram a empreitada, e depois de muitas mudanças de data conseguimos fechar um fim de semana de julho para subir o benedito. Dessa vez a Flavinha não pôde ir por causa do trabalho e então chamei um amigo de BH escalador para nos acompanhar, o Guilherme.
Saimos de BH na sexta-feira a noite, por volta das 18:30, paramos para comer um pastel, e chegamos em Aiuruoca por volta de meia-noite e meia. A idéia era ir direto para o estacionamento da cachoeira dos Garcia e acampar por lá, então pegamos direto a estradinha de terra (bem safada) que dá acesso à cachoeira. Paramos o carro no estacionamento em meio a um vendaval e uma friaca terrível, e por volta das 2 da manhã estávamos dentro das barracas, embutidos nos sacos de dormir. Essa noite fez muito frio e ventou muito, e instigou a nossa imaginação sobre o que nos esperaria no cume do Papagaio na noite seguinte.
Haviamos combinado de encontrar o Cristiano e o Willian, que viriam de SP no sábado cedo, na cachoeira dos Garcia e de lá iríamos até a entrada da trilha que vai para o Pico do Papagaio passando pelo Retiro dos Pedros. A cachoeira dos Garcia é acessada por uma estradinha de terra (horrenda) que sai da estrada de terra principal e chega na parte de cima da cachoeira. Acordamos por volta das 8 e meia, tomamos um café, e como os irmãos não chegavam decidimos pegar a estrada de terra principal. Após uns 15 minutos do carro agarrado em uma lombada de pedra/terra, patinando e passando por cima de pedras soltas, chegamos na estrada principal e ficamos esperando o pessoal chegar.
Por volta das 11 os irmãos chegaram e fomos de carro até a entrada da trilha, onde deixamos o carro num descampado na beira da estrada, que fica na entrada da Pousada Do lado de lá.
Começamos a trlha por volta das 12:30, e a medida que fomos subindo o visual foi ficando mais bonito. Os vales e picos da região, todos cercados de uma mata fechada muito verde dão um toque especial na paisagem. O vento acompanhou na mesma intensidade, e como a trilha é feita quase sempre em descampados, a friaca dominou o dia todo. Passamos pelo primeiro ponto de água por volta das 14:30, e como sabíamos (ou pensávamos) que haveria um ponto de água a 20 minutos do cume, somente enchemos as garrafas de mão e continuamos a caminhada.
Sobe, desce, entra na mata, sai da mata, entra de novo, agarra nas bromélias, sobe mais, desce mais... sempre com um visual incrível dos vales e montanhas ao redor. Por volta das 16:00 estávamos na matinha que dá acesso à última subida ao cume, e nada de água. Até cheguei a reconhecer um ou dois pontos de água que eu havia utilizado em 2010, mas estavam completamente secos. Paciência! Fomos pro cume com pouca água mesmo.
Chegando no Retiro dos Pedros |
Cume do Papagaio no fundo ä direita, visto da Pedra do Tamanduá |
Mais meia hora, e finalmente chegamos no cume! O cume do Papagaio é um misto de rocha, pedras grandes e arbustos, com pequenos clarões de mato para colocar as barracas. Chegamos no primeiro ponto de acampamento e lá estavam papai, mamãe e seu filhotinho, todos devidamente encapuzados fazendo uma fogueira na grama ao lado dos arbustos. Enfim, eu que não sou um sujeito muito chato ainda resolvi não falar nada, apesar de o Willian ficar torcendo a cara pro povo. Seguimos então pra um ponto um pouco mais acima onde existe espaço mais exposto ao vento para duas barracas, e duas saídas de trilha para outros espaços menores, para uma barraca cada. Armamos o acampamento ali, e fizemos a cozinha próxima a pedra que dava vista para o vale da cidade de Aiuruoca.
Pouco mais de meia hora depois chegaram os dois sujeitos perdidos, e mais 4 amigos que estavam mais perdidos ainda, todos carregando vários apetrechos nas mãos: saco de carvão, pipa, galão de água de 5 litros, mochila de escola, etc. Eles passaram por nós e armaram acampamento um pouco mais a frente na pedra. Ficamos ali sentados na pedra apreciando o belíssimo por-do-sol, e preparando os estômagos para o jantar.
Com um ferrenho racionamento de água fizemos um belo jantar, com direito a linguiça calabresa frita e kit-kat de sobremesa, enquanto a família espírito de porco que fez a fogueira resolveu soltar foguetes que, parafraseando a mamãe espírito de porco, "eram bom pra espantar os bichos"... (????).
Enfim, após o jantar veio o ponto máximo do fim de semana. Muito diferente da ventania do dia, a noite se apresentou calma e serena, com um céu estrelado que poucas vezes tive a oportunidade de ver na vida, principalmente porque era época de lua nova e o céu estava extremamente escuro. Decidimos então pegar nossos isolantes e sacos de dormir e ficar deitados na pedra contemplando aquela verdadeira maravilha da natureza. SENSACIONAL!!! A dança das estrelas cadentes e a claridade da via láctea deu um toque ainda mais especial ao céu completamente estrelado.
Ficamos ali por cerca de uma hora batendo papo, e como o vento não vinha e o saco de dormir mantinha a temperatura extremamente agradável acabamos adormecendo ao relento. Eu fui o primeiro a acordar um pouco mais de uma hora depois, com um ventinho de leve que começou a incomodar o nariz. Fui pra barraca, e logo quando entrei a ventania que nos perseguiu durante o dia voltou com força. Todos acabaram se recolhendo aos seus aposentos, sentindo o cheiro de churrasco que os perdidos fizeram até as 3 da madrugada no acampamento deles, com direito a muito sal grosso, carne mau passada, bem passada e muito som ligado na maior altura. Oh vontade de curtir a natureza!!!
De madrugada, o vento não perdoou e a todo momento acordava com o barulho da barraca balançando. Mas pelo menos o frio não foi tão intenso, e consegui descansar bastante.
No dia seguinte, acordamos por volta das 6 da manhã para assistir a outro espetáculo: o nascer do sol. Os tons de laranja, amarelo, azul, verde, vermelho, se misturavam nos vales e no horizonte. As várias "camadas" de montanha e o degradê formado por elas era impressionante! Ficamos ali por quase uma hora tirando milhares de fotos.
Tomamos então um café com a pouquíssima água que sobrou, desarrumamos tudo e saimos por volta das 9 da manhã para a descida. A caminhada de volta foi bem tranquila, tirando a sede que estava matando. Paramos ainda no ponto de água para comer um lanchino e matar a sede, e antes das 13:00 estávamos no carro.
Pedra no caminho de volta |
Pegamos os carros, e no caminho de volta ainda paramos pra comer um X-Salada-Linguiça fantástico numa lanchonete na beira da estrada.
Que bela pernada! A Serra da Mantiqueira é um dos meus lugares preferidos, principalmente nessa época do ano na qual ela se releva nas suas mais intensas cores e contrastes. Finalmente tive todo o visual que o Pico do Papagaio oferece, e pude aproveitar isso com companhias tão ilustres.
Serra do Papagaio vista da estrada de terra |
eita inveja danada.... e eu aqui, passando frio e sem motanha nenhuma num raio de centenas de km.
ResponderExcluirlarga de ser frango e tira essa bunda gorda do sofá... eu viajei 900km (?!) no fim de semana pra poder subir a montanha num dia e descer no outro...
ExcluirTípico programa de índio que a gente adora fazer!!! Pelo visto a TR-Frango fez falta... Rs... Amei as fotos!!! Parabéns pelo passeio!!! Mas... Kit Kat?! Cadê as carolinas e rocamboles dos irmãos Róóódinha?!
ResponderExcluirhahahaha dessa vez não teve Pati... nao estava treinando mto ultimamente e nao quis abusar no peso.. mas rolou alpino, barra de chocolate kkkkkkk
ResponderExcluircansar td bem, mas passar fome nao dá rsrsrs
valeu a companhia de todos!!
ResponderExcluirexcelente pernada, tempo otimo! noite limpa... uma pernada leve, que vale mto a pena fazer!