quarta-feira, 17 de julho de 2013

Frangos na Nova Zelândia - WWOOFing

Fim da estadia na Austrália, após 40 dias, enfim estava na hora de ir conhecer a Nova Zelândia! País das montanhas e dos parques nacionais, onde 21% do seu território é protegido, é um exemplo de modelo de conservação de uso público dos parques para todo o mundo.

O excelente site do Departamento de Conservação (Department of Conservation - http://www.doc.govt.nz/) tem informações sobre praticamente todas as trilhas de todos os parques nacionais e instruções gerais de como chegar, o que levar, etc. Enfim, o cidadão não tem a menor desculpa para não ir visitar, e é muito incentivado a isso.

estátua do Senhor dos Anéis no aeroporto de Auckland

centro de Auckland ao entardecer

A nossa primeira programação era passar a maior parte do tempo na Ilha Sul, onde existem as caminhadas e os conjuntos de montanhas mais famosos, mas nesta época de inverno muitas das caminhadas estão fechadas pelo excesso de neve, e corríamos o risco de não conseguir conhecer alguns lugares por isso. Além disso, gastamos mais dinheiro que o previsto na Austrália, e precisávamos pensar em programas alternativos para dar uma economizada (hehe). Decidimos então explorar bem a Ilha Norte e conhecer melhor a cultura do povo.

Bom, eu já tinha visto na internet sobre o WWOOF (Willing Workers on Organic Farms - http://www.wwoof.co.nz/) e como esse programa é muito utilizado pelos viajantes estrangeiros na Nova Zelândia. Basicamente esse movimento começou nas fazendas orgânicas, onde os viajantes podem trabalhar durante meio período em troca de um lugar pra ficar e comida. De quebra, a experiência de conviver com uma família local e entender mais a fundo a cultura do país enriquece mais a experiência. Com o tempo, não só as fazendas orgânicas aderiram ao movimento, e hoje em dia várias famílias oferecem estadia e comida em troca de ajuda em alguns serviços na casa (limpeza, jardinagem, ajuda na construção, etc). Vimos então que seria uma ótima saída para a nossa situação: gastaríamos pouco dinheiro e teríamos uma vivência muito legal da cultura neozelandesa.

Fizemos WWOOF durante duas semanas em duas famílias e locais diferentes. A primeira família que nos recebeu foi o casal Gerry e Sarah. Eles moram em Auckland e têm dois filhos pequenos, Tommy (1 ano e meio) e Jimmy (3 anos). O Gerry é músico e a Sarah professora de tênis, e eles precisavam de ajuda em alguns serviços na área da casa (jardinagem, etc) e para construir um deck de madeira em uma casinha que fica nos fundos da propriedade deles, que é alugada de vez em quando. Eu fiquei então ajudando a cavar os buracos para a fundação do deck e a Flavinha ajudou na jardinagem e serviços gerais. Em troca, ficamos dormindo nessa casinha dos fundos e experimentamos a dieta vegetariana deles. Foi uma semana super divertida! Trabalhamos bastante, brincamos muito com os meninos, e eles ainda nos levaram para conhecer alguns lugares lindos próximos à casa deles em Auckland.

jimmy...

... e tommy

quintal da casa... foi daí que eu assisti os jogos do Galo
na libertadores de 2013... hehe

todo mundo ajudando no jantar



no Father's Ted - Irish Pub onde o gerry toca toda semana

Gerry (á direita) em um dos seus show semanais no Father´s Ted

Piha, praia de areia preta

cachoeira em Piha - Gerry e Sarah nos levaram para
passear uma tarde no lugar... lindo visual

flavinha pageando os meninos


Eles gostaram muito de nós dois, e nos convidaram para passar a nossa última noite de Nova Zelândia na casa deles. Então, depois de duas semanas viajando pudemos desfrutar de um delicioso jantar bem caseiro na companhia muito agradável deles novamente.

sarah e gerry no jantar do nosso último dia de Nova Zelândia




No final de semana, decidimos ir para Auckland para fazer um passeio e conhecer algum lugar diferente. Ficamos num hostel no centro da cidade e fomos conhecer o vulcão Rangitoto que fica há uns 15 minutos de barco da cidade. O cenário é impressionante com rochas vulcânicas para todo lado. Muito diferente de qualquer coisa que já vimos no Brasil.

visual do centro de Auckland, do barco

subidinha leve para o cume do vulcão


mar de lava endurecida

Como o sucesso absoluto da primeira semana, decidimos passar mais uma semana fazendo WWOOFing e fomos parar em Tauranga, às beiras da Bay of Plenty, na casa de um casal de neozelandeses que precisava de ajuda para dar um trato na casa deles que queriam colocar para vender. Lavamos as paredes, tiramos musgo do telhado e da quadra de tênis e varremos muitas folhas espalhadas. Tivemos uma semana de rei na casa da Lin e do Jeremy! Ela nos tratou como filhos, sempre muito preocupada com a nossa alimentação e nosso bem estar, nos hospedou no quarto da filha dela com todo conforto do mundo. Eles moram numa fazenda bem próximo à cidade, e têm uma criação de cavalos. Os 3 filhos saíram de casa, e hoje eles moram sozinhos em uma casa de 5 quartos. Todas as noites jantávamos e ficávamos conversando tomando uma garrafa do melhor vinho neozelandês. Além disso, todos os dias à tarde a Lin nos levava em algum lugar diferente da cidade. Para complementar a semana, a Lin hospeda cachorros para que os donos possam viajar (tipo um hotel para cachorros). Enquanto estávamos lá, havia uma golden (Charlie), uma labrador (Moca), um labradoodle (Lessam), além da pastor alemão da casa (Tess). A Flavinha se esbanjou com a cachorrada a semana inteira e conseguiu matar bem a saudade de cachorros.

Lin e a cachorrada na hora de comer

passeamos com os cachorros todas as tardes


pensa num pinto no lixo...

jeremy, lin e flavinha no jantar

a golden, Charlie, querendo roubar o meu jantar

Monte Maunganui, cartão postal da cidade de Tauranga

preparando para subir o Maunganui

visual do cume... linda praia...



Te Puna Quarry Park - uma pedreira abandonada que foi transformada em
parque pela própria população que começou a plantar e a cidade do lugar

todos podem construir e decorar como quiserem o parque...
alguns até com esculturas



Final das duas semanas, estava na hora de colocar o pé na estrada e continuar a viagem. Ainda teríamos duas semanas pela frente e agora era hora de voltar à vida de mochileiro para ir conhecer outros parques, outras caminhadas, outras montanhas...

O WWOOFing foi a experiência mais marcante que tivemos nesses 70 dias de viagem. O contato diário com uma família, comendo e conversando todos os dias na mesma mesa faz você conhecer bem o jeito de ser das pessoas. Vamos voltar com uma visão muito mais profunda dos hábitos e aspirações das famílias neozelandesas.

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